segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A Record e a síndrome do “esperava mais”

A Rede Record está comemorando mais um aniversário, e, dessa vez, diferente dos últimos anos, faltam reais motivos para celebrações. A emissora vive um ritmo de decepções, um clima de “esperava mais”.

E esperavam mais o que? Resultados.

Contrataram Augusto Liberato a peso de ouro, no entanto, um mês após a estreia, ainda não disse a que veio e apresenta índices inferiores aos alcançados por A Fazenda ou os da sessão de filmes Tela Máxima. Em contrapartida, Eliana, que estreou no SBT na faixa horária antes ocupada pelo Domingo Legal, registra audiência superior aos últimos domingos de Gugu no canal de Silvio Santos.

Não bastasse isso, ainda é seguido de perto pelo pessoal do Pânico, e, pra lhe tirar o sono, Silvio Santos provou ser capaz de segurar a peteca e ainda ter força para agüentar uma guerra dominical.

Também não deu certo a cópia do Esporte Espetacular. O Esporte Fantástico estreou nos domingos à tarde, inclusive com dois apresentadores, e, não mais que de repente, já passou por várias faixas horárias e agora é veiculado aos sábados. Logo no início, como se nada tivesse acontecido, Reinaldo Gottino retornou para o SP Record e Milena Ciribelli perdeu o parceiro.

O Jornal da Record passou por mudanças e anunciaram com pompa e circunstância a chegada de Ana Paula Padrão à bancada do jornalístico, caindo no mesmo conto que o SBT anos atrás, acreditando que apenas o nome da jornalista serviria para agregar telespectadores. O engraçado é que desde a chegada de Padrão a audiência do jornalístico só faz cair.

Por fim, Bela, A Feia entrou em cena e anunciaram que a meta era de 20 pontos. Pra infelicidade dos diretores da rede, já chegou registrar um quarto disso e amarga índices nada animadores, dificilmente ultrapassando os oito pontos na grande São Paulo. Mas isso é a ponta do iceberg: hoje em dia dá pra contar nos dedos de uma mão as atrações que diariamente ultrapassam os dois dígitos, e, pior, depois de abrir vantagem frente o SBT, voltaram a brigar de igual para igual.

A única atração que apresentou resultados nos últimos tempos foi o reality show A Fazenda, mas, ainda assim, ficou aquém do desejado. Até a Globo esperava mais, tanto que, pra evitar um desastre maior, escalou os apresentadores do Fantástico para entrar ao vivo durante a programação e fazer as chamadas do “show da vida”. Sequer ameaçaram a liderança da atração, e, pra não passar batido, A Fazenda conseguia ultrapassar a poderosa após às 23h, em confronto com o Jogo Duro e No Limite, diferente da Casa dos Artistas que abalou as estruturas da então inatingível revista eletrônica.

Não fosse suficiente a falta de resultados, que, por obra do destino, é conseqüência direta da desastrosa falta de organização e estratégia da Record, ainda virou piada na internet. Os internautas apelidaram a rede de “Recópia”, em alusão ao fato de se “inspirar” na Globo.

Esta coluna, por exemplo, já chamou a Record de “Urubus de Primeira”, “TV de primeira com carne de segunda”, e, por fim, de “Lady Kate”, pois, como a personagem do Zorra Total, tem o dinheiro mas falta o “gramur”. Enquete realizada pelo blog da Cena Aberta aponta que 38,62% dos internautas preferem “TV de Primeira com carne de segunda” como o melhor apelido - demais resultados no blog: www.cenaaberta.tv.

E é assim que a TV Record celebra seus 56 anos: como motivo de chacota. Parabéns!

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