O deputado Carlinhos Amorim (PDT) repudiou com veemência, em discurso na sessão de ontem (2), a forma pejorativa como a cidade de Imperatriz foi apresentada em matéria jornalística veiculada em 31 de maio, no programa Conexão Repórter, do SBT. Nele, o apresentador/repórter Roberto Cabrini definiu o município como "capital da pistolagem".
Amorim disse que a população de Imperatriz assistiu perplexa ao repórter fazer a chamada da matéria apresentando a placa da entrada da cidade e de maneira desrespeitosa e pejorativa declarar: "Bem-vindos a Imperatriz, a capital da pistolagem". "Sabe-se que Imperatriz teve a experiência muito negativa no passado, eventos lamentáveis aconteceram em suas ruas, mas hoje é uma cidade totalmente diferente. Acrescentar-se a pecha de ‘capital de pistolagem’ conduz a uma despudorada inverdade que venho repelir com veemência e exponencial firmeza", enfatizou o deputado.
Ele disse que nem o Rio de Janeiro, onde a incidência de crimes é muitas vezes maior, tanto em proporção quanto em gravidade; nem Salvador, considerada na atualidade como uma das cidades mais violentas do país, não foram tachadas como capitais do crime. "E o que dizer de Roma, onde um fanático atirou no Papa, e de Dallas, no Texas, quando o mundo foi abalado pelos tiros que fulminaram a vida do ex-presidente Kennedy, um dos homens mais influentes e admirados da face da terra? Nenhuma delas foi discriminada com emblemas deprimentes", comparou.
Para o parlamentar, a maneira sarcástica com que o apresentador referiu-se a Imperatriz provoca imenso desânimo e muita frustração à relevante dedicação de vários setores públicos e privados que buscam apagar a imagem da pistolagem que o município tinha. "Protestamos, com vigor, afirmando que Imperatriz não é a capital da pistolagem. Respira-se hoje um clima saudável de paz e entendimento. Crimes ainda ocorrem e poderão acontecer, como na média das cidades brasileiras se verifica, mas sem a incidência endêmica como quer fazer crer esse repórter", ressaltou.
Carlinhos Amorim questionou a quem pode interessar a campanha contra uma cidade que nesta mesma semana é a Capital da Cultura, onde está instalada, em sua 8ª edição, uma das maiores e mais significativas exposição de livros, com repercussão cultural de larga monta, transformado-a na capital da alegria, da sabedoria, do conhecimento e do respeito pela dignidade da vida humana.
O deputado citou também a grande quantidade de cursos superiores com diversas universidades instaladas e outras em instalação em Imperatriz, que está recebendo um colorido especial dos incontáveis jovens que se preparam para contribuir na consolidação sócio, econômica e cultural da região. "Somos também a capital da energia, o Portal da Amazônia, estrela maior da constelação onde outras cidades despontam com revigorada pujança, como Açailândia, Porto Franco, Balsas, Carolina, Estreito", acrescentou.
O deputado sugeriu que o repórter poderia ter mostrado que Imperatriz já ultrapassou a fase das grilagens de terras, dos homicídios deixados na impunidade e da dependência de fatores aleatórios nem sempre favoráveis. E disse que a cidade foi construída pelo esforço de mulheres e homens corajosos, egressos de diversas partes do País e até estrangeiros que se dispuseram a edificar a cidade que até no nome indica realeza.
"Imperatriz é o somatório da contribuição de tantas pessoas e a dignidade da cidade reflete a idoneidade de seu povo. A sociedade imperatrizense está ferida, sangrando pelo inusitado, injurioso e difamatório golpe perpetrado por esse jornalista. É injusto, portanto, valer-se de um instrumento tão poderoso como a televisão para denegrir o conceito de nossa cidade. Temos profundo respeito pela mídia em geral, e dela necessitamos cada vez mais para cimentar nossa cidadania e fortalecer o estado democrático de direito, mas não podemos olvidar insultos ou símbolos danosos criados por aqueles que querem, como esse repórter, rotular indevidamente a nossa cidade", declarou.
Moção de repúdio - Ele concluiu seu pronunciamento propondo a aprovação de uma moção de repúdio ao jornalista Roberto Cabrini e se solidarizando com o prefeito Sebastião Madeira, vereadores, sociedade civil organizada, aos demais cidadãos de Imperatriz que se sentiram feridos pela expressão "capital da pistolagem".
"Nasci e me criei em Imperatriz, amo aquele Rincão com profundo fervor, e geme a minha alma ao contemplar estarrecido tamanha torpeza urdida contra ela. Aqui me encontro como seu defensor, aliando-me aos colegas daquela região para repelir agressões de qualquer sorte, venham de onde vierem, na defesa intransigente de minha terra e de sua gente", finalizou.
Também representante da região tocantina, o deputado Irmão Carlos (PSDB) disse que Imperatriz é uma cidade economicamente forte, é a segunda maior do Maranhão e não se pode admitir de forma alguma que um repórter que não conhece a sua história possa fazer tais comentários. "Imperatriz tem um povo ordeiro e que merece o nosso respeito e as nossas considerações", ressaltou.
Reforçando o discurso de Carlinhos Amorim, o deputado Valdinar Barros lembrou que, há algum tempo, o humorista Chico Anísio dizia, em um programa de televisão, que para se contratar um pistoleiro em Imperatriz bastava se discar 7x1 e completar o restante do número do telefone. "São matérias que denigram a imagem da cidade. Imperatriz hoje, graças a Deus, não é mais assim e não sei qual foi a fonte que esse repórter teve para expor a nossa cidade de forma tão deprimente. Nosso repúdio a esse tipo de informação, que não educa e não progride, que não constrói, apenas destrói", enfatizou.
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