terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fusão entre Itaú e Unibanco é exemplo de otimismo em momentos de crise

Enquanto o mundo inteiro fala em crise, algumas empresas familiares brasileiras veem essa situação com otimismo. A fusão do Itaú-Unibanco é um bom exemplo de empresas familiares preparadas para enfrentar a crise. “É possível mencionar muitos aspectos fortes nas empresas familiares, principalmente em momento de crise. Vejam o caso do Itaú-Unibanco, duas empresas familiares que se tornaram uma poderosa instituição financeira mundial”, explica o consultor e especialista em empresas familiares, Pedro Podboi Adachi. Segundo Adachi, “quando as sociedades familiares estão estruturadas com programas de governança corporativa, planejamento sucessório e governança familiar, elas se tornam exemplos de organizações que transformam a crise em oportunidade”.Um fato interessante que pode ser percebido nas empresas familiares gerenciadas por membros da família é que esse tipo de organização costuma se recuperar mais rapidamente dos efeitos perversos da crise e ter melhores resultados do que outras organizações.
“São diversos os fatores que acarretam esta reação mais ágil da empresa familiar gerida por um familiar, como o profundo conhecimento do negócio, o compartilhamento da mesma cultura e valores, a visão de longo prazo mais acentuada, a rapidez na tomada de decisões, o elevado grau de comprometimento e a maior disposição de sacrifício pessoal”, explica o especialistaAo contrário dos pessimistas que acreditam que ainda não se chegou ao fundo do poço, as pessoas otimistas enxergam a crise como um momento de oportunidade. Entretanto, as empresas familiares devem ficar atentas aos resultados que uma crise ocasiona. Adachi explica que a primeira consequência é a queda nas vendas e a diminuição do lucro, o que representa menos dinheiro no bolso dos sócios. Com isso, surge um outro grande problema na empresa.
“O simples fato de ser ter menos dinheiro no bolso, pode representar a gota d’água que transborda o copo, causando o surgimento de uma situação conflituosa envolvendo uma sociedade familiar”, conta Adachi.Não é raro encontrar membros de famílias cuja única renda provém da distribuição do resultado da empresa familiar.
“São pessoas que não atuam na gestão dos negócios, que não possuem outra ocupação remunerada, mas que mantêm um elevado padrão de vida graças ao rendimento da sua participação societária”, conta o executivo.Perante uma crise, essas pessoas se veem obrigadas a diminuir o padrão de vida porque terão menos dinheiro no bolso. Muitas não entendem a complexidade de uma crise e simplesmente responsabilizam os diretores da empresa.Essa situação se torna potencialmente mais conflituosa quando o principal gestor é outro familiar.
“O quadro se agrava ainda mais, se não houver uma boa governança e a informação entre os sócios e familiares não circular de forma transparente e organizada”, explica.Outro grande fator que pode trazer conflitos à gestão das empresas familiares no momento de crise, ocorre quando os familiares que trabalhavam em outras organizações perdem seus empregos e batem à porta da empresa da família.
“Discussões e brigas ocorrem tendo como pano de fundo a criação de novos cargos para esses familiares, mesmo não havendo necessidade de contratações na empresa, já que essa também está enfrentando a crise. São situações delicadas, que retratam a fragilidade de muitas empresas familiares e o despreparo de sócios e familiares”, afirma Adachi.
“Os membros de uma sociedade familiar que conseguirem se estruturar terão mais condições de superar a crise e transformá-la em uma oportunidade”, finaliza.

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